antes de mim antes de ti
tu és eu sou
os nomes do mundo
o nosso motor
dentro de mim dentro de ti
não sei quem és não sei quem sou
os olhos são outros
é outro o ator
assim, o que eu vejo o que tu vês
não é antes não é depois
é o tempo parado
um sonho além dos dois
um dois três quatro
seguimos olhando um outro retrato
moldura descontínua
comida fora do prato
mas continuamos a falar
um aqui outro lá
da química louca, lugar de outro lugar
e caminhamos enfim
tu contigo eu comigo
procurando cada um o centro do outro
cara a cara o nosso umbigo
- mundo mudo -
construindo a nós mesmos pela segunda vez
tu a ti e eu a mim
tu em ti eu em mim
até que morra um de nós e depois o outro
tu és eu sou
os nomes do mundo
o nosso motor
dentro de mim dentro de ti
não sei quem és não sei quem sou
os olhos são outros
é outro o ator
assim, o que eu vejo o que tu vês
não é antes não é depois
é o tempo parado
um sonho além dos dois
um dois três quatro
seguimos olhando um outro retrato
moldura descontínua
comida fora do prato
mas continuamos a falar
um aqui outro lá
da química louca, lugar de outro lugar
e caminhamos enfim
tu contigo eu comigo
procurando cada um o centro do outro
cara a cara o nosso umbigo
- mundo mudo -
construindo a nós mesmos pela segunda vez
tu a ti e eu a mim
tu em ti eu em mim
até que morra um de nós e depois o outro
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CELSO BORGES
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Poema escrito a partir de um texto do poeta e semiólogo português Alberto Pimenta. Os trechos em itálico são de sua autoria. Do livro-cd MÚSICA, que mistura poesia e som e reúne cerca de 50 artistas brasileiros. Mais informações: cbpoema@uol.com.br